10maio
EXPOSIÇÃO ESTÚDIO DE UMA VIDA


Conheça a história dos ambientes da Casa Mário de Andrade

Conheça a bibliografia das pesquisas para a exposição


Desde que se mudou com a família para a casa da Barra Funda, em 1921, Mário de Andrade (1893-1945) desenvolveu com ela uma relação especial, que tinha como eixo o espaço de seu estúdio, como chamava sua sala de trabalho, contígua ao seu quarto. Para montá-lo, chegou a subverter a planta original do sobrado, planejado pelo arquiteto Oscar Americano de Caldas com cômodos divididos em áreas bem definidas – a social, a íntima e a de serviço. 

Em sobrados de classe média como o da Lopes Chaves, o jardim dava passagem para as salas abertas aos visitantes no térreo, incluindo-se um escritório; no primeiro andar, ficavam os aposentos e o banheiro restritos aos moradores. Mas na casa de Mário foi diferente: ele transferiu para o piso superior seu local de trabalho e sociabilidade, instalando-o no espaço que seria do dormitório; ao lado, naquele que seria um diminuto toilette (um tipo de closet, como é conhecido hoje), organizou seu quarto, com cama de solteiro, armário, lavatório e vitrola. Estavam claras aí a importância e a singularidade do estúdio desde sua concepção em um lugar amplo, que se tornaria ao mesmo tempo privado e público.

Para o estúdio convergiam seus alunos, artistas e escritores, amigos muito chegados. A partir dele, Mário se projetava para o mundo, por meio de cartas, de criações literárias, de projetos culturais e de sua imensa coleção de livros, obras de arte, imagens religiosas, objetos de interesse etnográfico, discos e partituras. Para acomodar tudo isso, investiu em outra coleção, a de móveis, desenhados por ele e fabricados, em madeira de imbuia, em uma marcenaria de São Paulo. 

Pela primeira vez desde que o acervo de Mário de Andrade foi adquirido pela Universidade de São Paulo, em 1968, parte desse mobiliário retorna à casa. Em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros da USP, a exposição reúne móveis como a cômoda e o “oratório” projetados por Mário, além de seu harmônio e da escrivaninha que herdou de seu pai, Carlos Augusto Pereira de Andrade. 

Em 11 de fevereiro de 1945, pouco antes de morrer de infarto em seu quarto, Mário de Andrade escreveu, em uma carta a Carlos Drummond de Andrade, que sua sala de trabalho era seu “retrato alindado”. Este espaço era, no entanto, muito mais que um reflexo seu. Mário criou o estúdio, o decorou, dispôs aqui a parte mais estimada de sua coleção; mas o estúdio também criou Mário, sua personalidade conectada à casa, a São Paulo e à cultura brasileira. Com o dormitório anexo, o espaço conjugava o social e o íntimo, o moderno e o tradicional, a produção e a preguiça... Dualidades que, para ele, nunca foram oposições, mas complementaridades essenciais na definição de si mesmo e do que imaginava para um país miscigenado e desigual como o Brasil. 



SERVIÇO

Exposição

Estúdio de uma vida

11 de maio 2024 a 04 de maio de 2025

Terça a domingo, das 10h às 18h

MAPA DO SITE

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA, ECONOMIA E INDÚSTRIA CRIATIVAS

OUVIDORIA

FAÇA SUA SUGESTÃO OU RECLAMAÇÃO

ATENDIMENTO PESSOAL OU CARTA: RUA MAUÁ, 51

SOBRELOJA - LUZ - SP - CEP: 01028-900

2ª A 6ª DAS 10H ÀS 17H HORAS

TELEFONE: (11) 3339-8057

EMAIL: ouvidoria@cultura.sp.gov.br

ENDEREÇO ELETRÔNICO: clique abaixo

Este site utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento.
Consulte sobre os Cookies e a Política de Privacidade para obter mais informações.

ACEITAR